quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Sonho Dourado acabou pra Cinderela

Sempre achei o Diego Hypólito dourado demais, brilhoso demais. Parece que toma banho com Lustramóveis e se ensaboa com cera da 3M. Vez ou outra ele passa talco de purpurina. Juro que não torcia contra ele, mas que ele mereceu, mereceu. Antes de mais nada é preciso respeitar os adversários e sempre, sempre lembrar que "cautela e canja de galinha não fazem mal a ninguém". A cautela ele não teve em entrevistas e declarações, mas quando ele caiu parecia uma galinha tentando voar.

A vontade que eu tive depois de ver a final era gritar na cara dele: "Ouro de cú é rola!". Era bem provável que ele gostasse. E, sinceramente, cair de bunda é com ele mesmo. Cair de bunda, cair de boca, cair em cima... Nessas modalidades ele é medalha de ouro. Ou melhor, ele é ANEL DE COURO. E também acho que ele deveria competir em outra modalidade da ginástica: nas argolas. E se tem uma coisa que eu não gosto nas irmãs Hypólito é que são muito metidas (sem trocadilho).


Diego, um conselho: para Londres, em 2012, leva na bagagem um pouco de humildade. Ah! E por favor: devolve a vara da Fabiana Murrer.

terça-feira, 13 de maio de 2008

Rapidinhas - O Fenômeno e o Padre

FENOMENAL

Então, o Ronaldo vai ser pai pela segunda vez. Ou será que vai ser mãe? E agora, será que todo travesti vai ter filho? E se o filho for realmente do Ronaldo com a Andréia, vai ser um Fenômeno (da natureza). Engravidar traveco, taí um fenômeno recente do Ronaldo. E quando todo mundo pensava que ele e as bolas não funcionavam direito, PIMBA!, lá vai o Ronaldo ser papai de novo. É por isso que eu digo que o Ronaldo continua batendo um bolão. E ele falou pra Ana Maria Braga: "Eu queria que fosse menina!". Ele deve ter pensado a mesma coisa quando tava no motel com os travestis. E o bom de toda essa nóticia é que a família da noiva já havia perdoado o R$onaldo. Ainda bem que a mãe também perdoou. Só quem ainda não perdoou foi a Andréia.

PERTO DE DEUS

O padre anafórico Aderli de Carli (bem melhor para nome de popstar que Marcelo Rossi) pensou que era desenho animado. Comprou 500 balões da companhia ACME e encheu. E tudo para conseguir levantar vôo. E com tanta promoção da TAM e da Gol, ainda tem gente querendo inventar transporte aéreo alternativo. Tão dizendo que a notícia só foi tão comovente porque era um padre. Não acho. Inclusive acho que foi até mais sensata. Quem é o padre que não quer ficar mais próximo do Chefe para puxar saco? E disseram que o padre tava com pouca bateria e não sabia operar o GPS. A última pessoa a falar com o padre disse que as últimas palavras dele foram: "Mas quando tá piscando uma luz vermelha e tocando uma sirene no GPS, o que significa?". E depois que a igreja ficou sabendo do feito do padre, o Vaticano já anunciou que OVNIs podem existir. Ou seja, se você ver balões coloridos no céu, com uma anta "pilotando", não estranhe e nem avise os Bombeiros, certamente não é o padre.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

A Evolução do Futebol

O futebol já evoluiu demais. Agora todo mundo tem que marcar forte, antes do meio de campo. Zagueiro marca, lateral marca, volante marca, meia marca, ponta marca, atacante marca. Com isso o que aconteceu é que o único que não marca, que é o goleiro, tem a função de marcar gol agora. Os atacantes recuaram tanto que o jogador mais a frente dos times é o goleiro. E só em bola parada.

E tudo isso começou com um goleiro falsificado: o Chilavert. Mas pudéra, ele é paraguaio. Fazia gol de penalti e de falta, mas agarrar que é bom, nada. E o Chilavert brasileiro, o Rogério Ceni, passou a imitar tanto o ídolo que agora vem esquecendo de agarrar. É cada frango. O Chilavert seria ótimo no futebol americano. Ele entrava na hora de chutar e saia na hora de jogar. Faria sucesso.

Nunca vai ser normal ver um goleiro batendo falta. Não é pro futebol. Apesar dos gols serem bonitos, é estranho. É só ver quem joga time de botão e totó. Como é que faz gol de goleiro com time de botão? Pega aquela hastezinha da costa e dá uma tacada? Aí vira time de botão de hóquei. E totó? O goleiro não pode sair do gol pra bater falta no ataque. Com muita sorte (e falta de reflexo do adversário) é possível fazer gol de goleiro no totó, mas não de falta (até porque no totó não tem falta).

Com as novas tendências do futebol mundial de utilizar cada vez mais o goleiro, a evolução do futebol vai ser para o gol-a-gol. Vai ser assim: o goleiro agarra e bate falta, agarra e bate falta. Fazer travinha não vai ser mais tão engraçado quanto antes. Bons tempos àqueles que o goleiro só tinha que fazer defesas. Feias, bonitas, fáceis, difíceis, mas defesas.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Jornalista que é jornalista, não faz reportagem... Vira notícia!

Isso é que é jornalismo inovador:

Roberto Cabrini é detido em SP.

Sensacionalismo? Talvez. O certo mesmo é que, a pouco tempo trabalhando para Record, o Cabrini tinha uma carreira toda pela frente, entendeu?

P.S.: O título seria "Jornalista que é jornalista não dá notícia... Dá o furo", mas alguém da classe podia se ver prejudicado. A maioria aproveitaria para assumir.

P.S.: Por mais que a notícia seja da concorrente, é verídica.

Au-Autenticado em Cartório

Bons tempos aqueles do Programa do Ratinho, onde eram feitos os exames de DNA para comprovar ou negar a paternidade.

"Cão fará exame de DNA para comprovar paternidade"

E ainda tinham duas musiquinhas que tocavam, uma antes do resultado ("Se for teu/Se for teu/ Teste de DNA vai provar que o filho é teu"), enquanto tudo ainda tava calminho, e a outra depois da confirmação ("Parabéns! Você é papai."), enquanto o pau comia entre os participantes.

P.S.: Só pra constar: alguém já viu como estão linkando as notícias no site da Globo? http://g1.globo.com/Noticias/Rio/0,,MUL402306-5606,00-CAO+FARA+EXAME+DE+DNA+PARA+COMPROVAR+PATERNIDADE.html - Interessante essa de colocar todo o título no link.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

E Depois Americano que é Louco

Americanas são aquelas pessoas que vivem num país na América do Norte. Sim, somente elas. Nós, da América do Sul, somos no máximo latino-americanos. Ou cucarachas, como dizem nossos irmãos do norte. Mas também julgamos-os como loucos e insanos, ou como diz a minha mãe "esse povo doido sem nada na cabeça". Não diria nada na cabeça, porque balas acabam atravessando as cabeças de alguns inocentes, vez ou outra, nas universidades americanas de primeiro mundo. Logo, ser estadounidense é ser americano e com forte sintomas de sociopatia e psicopatia.

O que angustia é que, de algumas semanas pra cá, mais precisamente do dia 29 de março (por sinal, dia do meu aniversário), quando Isabella foi encontrada morta no jardim do prédio onde morava, começamos a receber a influência direta de nossos irmãos assassinos. E, por favor, antes de mais nada, não quero falar do pai e madrasta que estão presos. Embora ainda não exista nenhuma comprovação do verdadeiro culpado, o crime é hediondo, sendo o pai ou não, o culpado.

A olhos nus percebo nitidamente no comentário geral que, se o culpado pelo crime for qualquer outra pessoa que não Alexandre Nardoni e a mulher, vai ser mais um crime comum, que vai passar despercebido daqui a algum tempo. O criminoso será culpado e pronto. Acabou. O que, de certa forma, comprova a vontade de julgamento da opinião pública em punir pai e madrasta. De minha parte culpo a imprensa, por levar a suspeita e acusar pessoas premeditadamente, que podem estar sofrendo nesse momento numa cela. E não adianta vir com a história de que o dever do jornalista é humanizar a notícia, pois pai e madrasta também são humanos, assim como suas famílias.

Por conta disso li sobre outra notícia de "menor importância": Filha mata a mãe e vai para show do Calypso. Sim, isso parece ser menos traumático para o povo. Afinal matar os pais é algo que nós já vivemos, quando Suzanne Von Richthofen e o namorado cometeram o crime doloso em... Quanto tempo faz mesmo? Pois é, creio que ninguém lembre mais. E, juro, não tô dando a notícia por não ter simpatia com a banda Calypso. É pelo simples fato do crime ser tão ridículo quanto o anterior.

As notícias mais exploradas na mídia servem, na verdade, como vacinas sociais. Não estávamos prontos para a doença "pai-mata-a-filha-e-joga-o-corpo-pela-janela", mas já tinhamos os anti-corpos da "filha-mata-a-mãe-por-motivo-fútil". Temos tantos anti-corpos que é difícil não estar preparado para muitas notícias do tipo "Roubo e morte em algum canto" ou "Motorista alcoolizado atropela...". O que seria engraçado, se não fosse trágico é o fato de que toda vez que a notícia de algum Americano-maluco-psicopata invade uma escola e mata vinte aparece na mídia, só serve pra nos comprovar de quanto esses caras são malucos. Entretanto, quando tem chacina em algum morro do Rio ou qualquer outra favela de qualquer outra cidade, é como se tivessemos aceitado a violência racional brasileira.

Não defendo o american way of life e suas vertentes, mas taxá-los de malucos assassinos é não olhar para o próprio umbigo (coisa que, diga-se de passagem, é própria dos americanos). Por enquanto ainda nos comovemos com a situação do Tibet, na China. Só não sei por quanto tempo. Alguém lembra onde foi que paramos de sentir as dores de homens-bomba explodindo e matando vinte, trinta no oriente médio?

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Cartola é Pouco

Dias desses, olhando as fotos do dia do Yahoo! achei interessante esta legenda:





Estátua do El Caminante de Vitória, no País Vasco, amanhece vestida



Pensei: "Hum! Ainda deve ser brincadeira do dia 1º de Abril. Mas aí eu cliquei na imagem. Eis o resultado:

Ou seja, o seu Euricão é foda mesmo. Transforma um time em País é coisa de quem entende da cartolagem do futebol brasileiro. A única diferença de São Januário pro País Vasco é a estátua. Uma é a do Baixinho, a outra foi a vingança do Eurico com o Romário pela última briga que tiveram.

Vamo lá, Márcio Braga. Eu quero tirar logo o meu visto pro País Flamengo, mané!

P.S.: No País Botafogo é só dar uma choradinha pra entrar.

terça-feira, 1 de abril de 2008

Duas Historinhas de Verdade sobre a Mentira

Ou duas historinhas de mentira sobre a verdade. Ou as duas coisas.

Primeiro de Abril

Eram cinco, talvez seis amigos que, todo sábado, se reuniam para botar os velhos assuntos em dia.
- Juro que é verdade!
- Não pode. – retrucou Miltinho, depois de ter levado um susto com a declaração de João Jorge.
- Pode sim, Miltinho. O João Jorge já dava uns amassos nela naquele tempo. – confirmou o Pedrosa, velho amigo de ambos.
- Mas a Talma nunca me falou de nada. Ela não tinha porque esconder isso de mim.
Foi um momento tenso no bar. O Arnaldo pediu um tira-gosto pro garçom, Pedrosa e Floriano acenderam um cigarro e o João Jorge serviu uma dose para todo mundo. Só Miltinho ficou parando, com olhar longe, meio triste, meio bêbado. Levantou pra ir ao banheiro, se é que um mictório velho, daqueles impessoais onde todo mundo vê todo mundo, podia ser chamado de banheiro. Miltinho ficou entre a fuga para outra cidade, afinal ter um amigo que já pegará sua mulher era motivo de vergonha, ou o suicídio. Pensou em Paris, mas o dinheiro só dava para ir até o Guarujá. Como era albino, ficou mesmo com a segunda opção.
No banheiro, enquanto amarra a cordinha do sanitário no pescoço os amigos comentavam na mesa:
- O Miltinho é o único que não lembra das datas.
- A Talma uma vez me falou que ele esqueceu o aniversário de casamento. Imagine se fosse comigo.
- Pois é! O Miltinho tem sorte e não sabe. É melhor ninguém contar a verdade que hoje é primeiro de abril.
- É melhor assim!

Vingança

- O trabalho? Ah! Faltou tinta na minha impressora. – era a mais nova desculpa de Pedro.
- Sim, Pedro? Agora vai todo mundo ficar sem ponto porque faltou tinta na tua impressora? Por que não enviaste o trabalho pro meu e-mail? – a Marina era a única que acreditava no que Pedro falava. Talvez por Pedro ser o mais bonito e ela, benza Deus. Talvez por ser inocente ao ponto de ser a última virgem da sala. Ou pelas duas coisas. E mesmo assim, quando o assunto era estudo, não aliviava.
- Mas eu mandei pro e-mail de todo mundo. Não chegou?
- Não! – resposta em uníssono dos outros 4 membros do grupo.
- Então é culpa da internet.
- Mas não banda largar na tua casa?
- É, mas choveu muito ontem.
- E daí?
- E daí que os cabos ficaram balançando na chuva. Pode ter atrapalhado.
- Pô, Pedro! Para de inventar desculpa furada. – algum outro membro do grupo deixou claro que não acreditava nele.
- Não é desculpa furada. Desculpa furada é quando alguém diz que o cachorro comeu o trabalhou, quando diz que caiu na vala da rua, quando diz que deu blackout e apagou o computador...
- Desculpas todas que tu já deste.
Para a surpresa de todos Marina tirou da pasta rosa hello-kitty uma maçaroca de papel e distribuiu em 4. Não deu para Pedro (se bem que a vontade era essa, em outros aspectos).
- Eu fiz um trabalho reserva, já esperando que isso fosse acontecer. E o que ficou decidido na última reunião é que se o Pedro vacilasse, ele sairia do grupo. De acordo todo mundo?
- Eu não!
- Mas o teu voto não é válido, Pedro. O resto do grupo de acordo?
- De acordo. – Em uníssono os outros três. Pedro ficou sem os pontos do trabalho e foi para a recuperação precisando de 9. Tirou 3,5. No ano seguinte não pode vestir o uniforme especial dos alunos do 3º ano. O apelido anafórico Pedro Potoqueiro foi altamente divulgado. Toda a fama de “menino mais gato da escola” caiu para “repetente bonitinho”. Marina ainda chegou a ver o trabalho que, apesar de demorado, chegou de véspera no seu e-mail, mas não abriu com o medo de ter resposta automática no e-mail de Pedro. O trabalho continua habitando o endereço virtual de Marina que, por vingança, deixou Pedro na mão. O fora que ele dera na festa de São João ficou marcado para sempre na vida dela. Posteriormente, na vida dele também. Continuam na mesma escola. Ele, bonitinho, mas ordinário. Ela, virgem.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Pelo Céu

Mandei instalar SKY em casa. Agora tenho mais 150 motivos pra ficar sem fazer nada. Não que fizesse alguma coisa antes, quando minha tevê por assinatura só tinha 20 canais, mas agora ficou dificil. Tevê interativa são outros quinhentos (não 500 canais, mas, enfim, você entendeu).

Vou ver se daqui pro resto do mês consigo dominar o controle da SKY. Por sinal, que controle, hein amigo? É quase perfeito para ser o controle oficial dos "Machos de Respeito". Só não é por ter quatro botões multicoloridos ao centro, e pior, sem funcionalidade alguma.

De todos os 150 canais que vi o melhor é o canal 200, o Menu Interativo Sky, aquele que passa 24 horas por dia a programação dos outros canais. Muito bom. É uma pena que a maioria do que é passado no canal é pay-per-view. Falando em PPV, os filmes vendidos pela Sky, pelamordedeus, prefiro os que passam nos Telecines mesmo.

Com mais algum tempo faço outras analises a respeito da Sky. Por enquanto é só.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

A Síndrome da Grande Idéia

Escrever é trabalho árduo, lento e, em algum ponto, frustrante. Na maioria das vezes o escritor senta numa cadeira fervilhando de grandes idéias, inovadoras, cheias de egocentrismo empolgante. E tudo se esvai pelo fio da meada. Assim como começa, a “grande idéia” some repentinamente, num piscar de olhos, num gole ou numa tragada. É simples assim. Nenhum grande texto no mundo está cheio de grandes idéias.

Alguns autores chamam isso de crise criativa, outros, mais céticos, de busca do perfeccionismo. Na verdade não é nada mais do que a Síndrome da Grande Idéia. É estar tão perseguido de bons romances, poesias e crônicas, que o escritor acha suas idéias bastante ultrapassadas, imperfeitas, dissonantes da sua realidade. O autor acaba cometendo uma sabotagem com seu eu lírico. É um bloqueio de idéias pelo simples fato de pensar que nada daquilo que está na ponta do lápis (ou das teclas) servirá para alguém, algum dia.

Concordar com a Síndrome da Grande Idéia não é ser a favor de qualquer texto ou autor, muito menos achar que todas as idéias são válidas. Nem é preciso ter senso crítico para saber o que deve ser apreciado e o que não deve. E não estou falando dos grandes clássicos ou unanimidades da literatura. O gosto literário é exatamente igual ao gosto culinário. Algumas vezes você vai gostar, é certeza, outras você experimenta e não gosta, outras são boas surpresas, etc.

O problema que rodeia todos os autores (leia-se “criativos em geral”) é a grande influência de seu público na sua obra. Independente de quem esteja por trás dos grandes textos, sempre estará atrás dele o seu público, qualquer que seja. Ninguém escreve pra ninguém ou para si mesmo. A escrita é ferramenta de comunicação e, por isso, necessita de, pelo menos, dois interlocutores. Caso contrário pode ser esquizofrenia, dupla personalidade ou não é comunicação. É justamente isso que o interlocutor-escritor sempre está preocupado com quem o lê. E é nessa relação mútua que o autor se perde. Ora ele subestima, ora ele superestima.

Quando há a subestimação as palavras seguem linhas fáceis, com poder auto-destrutivo e o esquecimento instantâneo. Porém, quando superestima não só a si como o seu público o escritor tem a Síndrome da Grande Idéia. Diz-se traído por si mesmo por não ter dado a seus leitores o que considera o mínimo necessário. É como se Dostoievski, Nietzsche, Cervantes, Shakespeare, Drummond (ou qualquer outro à gosto) fossem seus leitores assíduos e criticassem antes mesmo das obras estarem formalizadas em algum papel.

O remédio para a tal Síndrome da Grande Idéia é óbvia e é um grande pleonasmo: começar as coisas pelo começo e terminar no final. Não se pode armar uma rede pelo meio. É preciso dos punhos e das escápulas para armar algo em que se possa deleitar por um tempo.

Medidas as proporções, iniciar um texto é como fazer um roteiro num grande mapa: você tem o seu ponto de saída, ponto de chegada e os caminhos intermediários. Pode acontecer de parar um pouco antes ou seguir viagem, mas ficar imaginando que o trajeto que você escolheu muito antes de armá-lo vai ser o melhor para você e para seu público é desalentador. Este texto, por exemplo, começou bem, lá em “Escrever...”, deu voltas, saiu do rumo, entraram várias palavras e frases, foram substituídas e terminou bem aqui, nesse ponto final.


P.S.: Como escrito em certo ponto deste texto, ele vale não só para escritores/autores, mas para criativos em geral.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Doses Homeopáticas

Por questões pessoais que não quero escrever, mas quem me conhece sabe, minha vida mudou da água pro vinho. Aliás, diria que além de "da água pro vinho", mudou também de goladas a doses homeopáticas. Não estou exagerando quando escrevo que minha vida mudou (o que soa forte em alguns ouvidos). Mudou sim, e bastante. Parece que estou num centro de reabilitações. A diferença é que eu quis estar, estou gostando e o meu "vício" ainda vou poder continuar em algum dia distante deste em que vos escrevo.

A adaptação é difícil, cansativa, neurótica. É divertida também. Com o tempo você começa a perceber que o príncipio básico da masturbação (como diria Ary Toledo "Punheta é pura ilusão. Você pensa que está com o pau na buceta e está com um caralho na mão") funciona em outras vertentes, sem haver qualquer conotação sexual. As vezes as ilusões ajudam bastante.

Essa tal "grande mudança" não justifica o tempo esquecido desse blog. O resto foi preguiça, criatividade em crise e, juro, falta de tempo. Pensando bem nos últimos tempos minha vida até que mudou bastante. De desempregado doméstico passei a trabalhar em tempo integral. Quem disser que isso não é uma grande mudança, ou nunca trabalhou de verdade, ou nunca vagabundeou de verdade. Pelo menos de trabalho as doses estão sendo cavalares.

Não sei se o tema deste post é suficientemente forte pra manter leitores, fãs, familiares ou desocupados até o final. Sei somente que tive necessidade de falar sobre isso. Não sei se voltarei a postar assiduamente por aqui. A vontade é grande. Os assuntos também. Mas tudo vai ser devidademente feito no ritmo da minha vida: em doses homeopáticas.