quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Pelo Céu

Mandei instalar SKY em casa. Agora tenho mais 150 motivos pra ficar sem fazer nada. Não que fizesse alguma coisa antes, quando minha tevê por assinatura só tinha 20 canais, mas agora ficou dificil. Tevê interativa são outros quinhentos (não 500 canais, mas, enfim, você entendeu).

Vou ver se daqui pro resto do mês consigo dominar o controle da SKY. Por sinal, que controle, hein amigo? É quase perfeito para ser o controle oficial dos "Machos de Respeito". Só não é por ter quatro botões multicoloridos ao centro, e pior, sem funcionalidade alguma.

De todos os 150 canais que vi o melhor é o canal 200, o Menu Interativo Sky, aquele que passa 24 horas por dia a programação dos outros canais. Muito bom. É uma pena que a maioria do que é passado no canal é pay-per-view. Falando em PPV, os filmes vendidos pela Sky, pelamordedeus, prefiro os que passam nos Telecines mesmo.

Com mais algum tempo faço outras analises a respeito da Sky. Por enquanto é só.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

A Síndrome da Grande Idéia

Escrever é trabalho árduo, lento e, em algum ponto, frustrante. Na maioria das vezes o escritor senta numa cadeira fervilhando de grandes idéias, inovadoras, cheias de egocentrismo empolgante. E tudo se esvai pelo fio da meada. Assim como começa, a “grande idéia” some repentinamente, num piscar de olhos, num gole ou numa tragada. É simples assim. Nenhum grande texto no mundo está cheio de grandes idéias.

Alguns autores chamam isso de crise criativa, outros, mais céticos, de busca do perfeccionismo. Na verdade não é nada mais do que a Síndrome da Grande Idéia. É estar tão perseguido de bons romances, poesias e crônicas, que o escritor acha suas idéias bastante ultrapassadas, imperfeitas, dissonantes da sua realidade. O autor acaba cometendo uma sabotagem com seu eu lírico. É um bloqueio de idéias pelo simples fato de pensar que nada daquilo que está na ponta do lápis (ou das teclas) servirá para alguém, algum dia.

Concordar com a Síndrome da Grande Idéia não é ser a favor de qualquer texto ou autor, muito menos achar que todas as idéias são válidas. Nem é preciso ter senso crítico para saber o que deve ser apreciado e o que não deve. E não estou falando dos grandes clássicos ou unanimidades da literatura. O gosto literário é exatamente igual ao gosto culinário. Algumas vezes você vai gostar, é certeza, outras você experimenta e não gosta, outras são boas surpresas, etc.

O problema que rodeia todos os autores (leia-se “criativos em geral”) é a grande influência de seu público na sua obra. Independente de quem esteja por trás dos grandes textos, sempre estará atrás dele o seu público, qualquer que seja. Ninguém escreve pra ninguém ou para si mesmo. A escrita é ferramenta de comunicação e, por isso, necessita de, pelo menos, dois interlocutores. Caso contrário pode ser esquizofrenia, dupla personalidade ou não é comunicação. É justamente isso que o interlocutor-escritor sempre está preocupado com quem o lê. E é nessa relação mútua que o autor se perde. Ora ele subestima, ora ele superestima.

Quando há a subestimação as palavras seguem linhas fáceis, com poder auto-destrutivo e o esquecimento instantâneo. Porém, quando superestima não só a si como o seu público o escritor tem a Síndrome da Grande Idéia. Diz-se traído por si mesmo por não ter dado a seus leitores o que considera o mínimo necessário. É como se Dostoievski, Nietzsche, Cervantes, Shakespeare, Drummond (ou qualquer outro à gosto) fossem seus leitores assíduos e criticassem antes mesmo das obras estarem formalizadas em algum papel.

O remédio para a tal Síndrome da Grande Idéia é óbvia e é um grande pleonasmo: começar as coisas pelo começo e terminar no final. Não se pode armar uma rede pelo meio. É preciso dos punhos e das escápulas para armar algo em que se possa deleitar por um tempo.

Medidas as proporções, iniciar um texto é como fazer um roteiro num grande mapa: você tem o seu ponto de saída, ponto de chegada e os caminhos intermediários. Pode acontecer de parar um pouco antes ou seguir viagem, mas ficar imaginando que o trajeto que você escolheu muito antes de armá-lo vai ser o melhor para você e para seu público é desalentador. Este texto, por exemplo, começou bem, lá em “Escrever...”, deu voltas, saiu do rumo, entraram várias palavras e frases, foram substituídas e terminou bem aqui, nesse ponto final.


P.S.: Como escrito em certo ponto deste texto, ele vale não só para escritores/autores, mas para criativos em geral.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Doses Homeopáticas

Por questões pessoais que não quero escrever, mas quem me conhece sabe, minha vida mudou da água pro vinho. Aliás, diria que além de "da água pro vinho", mudou também de goladas a doses homeopáticas. Não estou exagerando quando escrevo que minha vida mudou (o que soa forte em alguns ouvidos). Mudou sim, e bastante. Parece que estou num centro de reabilitações. A diferença é que eu quis estar, estou gostando e o meu "vício" ainda vou poder continuar em algum dia distante deste em que vos escrevo.

A adaptação é difícil, cansativa, neurótica. É divertida também. Com o tempo você começa a perceber que o príncipio básico da masturbação (como diria Ary Toledo "Punheta é pura ilusão. Você pensa que está com o pau na buceta e está com um caralho na mão") funciona em outras vertentes, sem haver qualquer conotação sexual. As vezes as ilusões ajudam bastante.

Essa tal "grande mudança" não justifica o tempo esquecido desse blog. O resto foi preguiça, criatividade em crise e, juro, falta de tempo. Pensando bem nos últimos tempos minha vida até que mudou bastante. De desempregado doméstico passei a trabalhar em tempo integral. Quem disser que isso não é uma grande mudança, ou nunca trabalhou de verdade, ou nunca vagabundeou de verdade. Pelo menos de trabalho as doses estão sendo cavalares.

Não sei se o tema deste post é suficientemente forte pra manter leitores, fãs, familiares ou desocupados até o final. Sei somente que tive necessidade de falar sobre isso. Não sei se voltarei a postar assiduamente por aqui. A vontade é grande. Os assuntos também. Mas tudo vai ser devidademente feito no ritmo da minha vida: em doses homeopáticas.