domingo, 13 de maio de 2007

É caro ser emo, mais caro ser indie!

Não entendo o porquê, mas tá se falando cada vez mais do "movimento" EMO. Sim, são esses meninos e meninas que gostam de andar de preto (por favor, não confundir com os metaleiros), com franjas nos cabelos negros e lápis igualmente negros nos olhos. Se bem me lembro, acho que em cada época existiu um grupo de "revoltadinhos" por aí, querendo aparecer. E a mídia faz o favor de anunciá-los como tais. Era tudo que queriam.

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Fatos importantes para conhecimento dos EMOs:
- Nem todos são homossexuais.
- Nem todos têm tendência suicida.
- Existe algo de andrógeno nos EMOs.
- Roupa de EMO só vende em loja de marca.
- Cabeleireiro não é luxo, é necessidade.
- Musicas EMOs já foram feitas por Roberto Carlos e Léo Jaime.
- O penteado preferido é aquele que parece despenteado (mas foi milimetricamente arrumado).
- EMOs não são homens suficiente para serem punks, e nem loucos o suficiente para serem góticos.

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Outro dia, por intensa curiosidade, achei uma comunidade chamada P.G.M.; traduzindo: profile de gente morta. Não achei estranho a comunidade ter pouco mais de 30.000 participantes, afinal existe doido pra tudo. Estranho foi um profile de jazia nesse nada da internet de uma menina (uma EMO) de 14 anos que cometeu suicídio porque seus pais não aceitavam seu namoro. Até aí, ainda engolia o fato de cada ter seus próprios motivos. Mas aceitar que outros milhões de EMOs a vangloriassem pelo fato dela ter deixado escrito palavras para o namorado e alguns amigos é algo trágico e mórbido demais pra mim. Só acho que as pessoas deviam entender melhor que Romeu & Julieta é ficção.

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Pelo outro lado da moeda é possível observar os indies (digamos que é a tribo que me identifico um pouco mais). São geralmente pessoas estranhas e, vez ou outra, exóticas. Curtem tudo o que há de "alternativo" na música, no cinema, na televisão, na internet, na moda, etc. Fugiram da era Nike e entraram na Idade da Adidas. Tudo o que tiver três listras já pode ser classificado como usável. Existe uma paixão pelo o que é "retrô". Existem os mais radicais, que defendem The Strokes acima de qualquer dúvida. Não há nenhum conceito para ser indie/alter, não há nenhum ideal, só o de ser diferente e gostar de outras coisas. De vez em quando também, se achar superior.

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Ser indie/alternativo não significa gastar menos. Na maioria dos casos, gastar mais. Existe algo que vai contra o capitalismo, contra o socialismo, contra a política e contra o anarquismo. É um certo desligamento das "preocupações" de outras pessoas. São moças e rapazer que vivem da "arte" verdadeira. É alguma coisa que restou do movimento Pop de Andy Warhol. É, em uma única palavra, estranho. Existe uma rebeldia tardia, que se torna até fútil para os próprios indies. É algo mais ou menos assim: enquanto todo mundo come Big Mac e Quarteirão com Coca-Cola, o indie/alter vai lá e come um MacFish com Fanta-Laranja, enquanto todo mundo fuma Carlton vermelho, a "tribo" compra Camel e Lucky Strike.

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No final das contas são todos meninos criados a leite com pêra e ovomaltino (e eu me incluo nesse meio). Eu acho que, se existiu algum dia um movimento rebelde que ia contra o sistema, isso foi a muito tempo atrás. No fundo, no fundo, é tudo o que o Roger Moreira, o vocalista/guitarrista/compositor do Ultraje à Rigor, diz numa música mais ou menos assim: "Assim não vai dar, assim não vai dar / Como é que eu vou crescer sem ter com o que me revoltar."

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P.s. 1: A única banda brasileira que comunga nas duas tribos é Los Hermanos. Por fatores óbvios, é claro.

P.s. 2: Diria o meu irmão que alternativo é perueiro.

P.s. 3: Não sei porque cargas d'água o Youtube não pega aqui em casa. Por isso será um tempo sem vídeo.

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